-o dia de hoje e algum pipipi.

-estou com sono, mas por algum motivo inexplicado quero escrever alguma baboseira aqui.

hoje de fato trabalhei bonito, senti até orgulho de mim! terminei de localizar todas as pastas do arquivo morto, que nada mais é o arquivamento dos documentos do pessoal que um dia trabalhou na escola nidelse. aquele monte de pastas empoeiradas e que mesmo sem um pingo de alergia me fazem espirrar, mas que me dão um prazer ímpar.. tal tarefa me proporciona momentos sozinha na minha salinha aonde posso fugir da única tarefa que tenho desgosto no meu emprego que é cuidar da pirralhada no recreio. prefiro a companhia do pó [que nada tem a ver com cocaína] e das pastas velhas e de elástico grudento à crianças aos quilos parecendo mais uma manada de guinus [rei leão, oi] desgovernada.

outro prazer diário nessas tarefas solitárias a que fui incubida é ter tempo o bastante para poder pensar na vida! e como sou filha única há 21 anos apenas, nunca fui muito de brincar na rua e convivi só com gente muito mais velha que eu, tirando o horário do colégio, aprendi a conversar comigo mesma como se fosse um outro eu. não tão incomum quanto parece e não tão normal quanto deveria ser, enfim.
mas na minha salinha com minhas pastas por companheiras, tenho a doce e efêmera liberdade de sorrir bobamente com meus pensamentos, dar gargalhadas lembrando de fatos inusitados, cantar alto ouvindo mp3, arriscar uma coreografia de dança bem tosca, desenhar na lousa e o que me der na telha, até praticar onanismo, se assim o for [não que eu já tenha feito, não vem ao caso].

é isso, amo meu trabalho nesses dias na companhia de objetos inanimados que fazem meu nariz coçar.
após essa acabada, minha próxima tarefa é catalogar a biblioteca! paraíso, não me acordem.