4.10.09

-análise de quem já achou não ter nada à perder..

-ando com dor de cabeça há vários dias, e pra alguém que quase se considera uma hipocondríaca é motivo gratuito para querer tomar remédio, porém não tomei nenhum. já é a segunda semana consecutiva que em dado momento do dia sinto a cabeça pesada e pressão nas têmporas, e de repente.. puf, some e fico ótima.
sinto-me doente, mas não fisicamente, doente de alma, de mente talvez. para quem ficou tanto tempo levando a vida da forma que mais considera medíocre, acredito que seja normal tal estado. me enchi de cicatrizes internas, uma para cada coisa que me matava por dentro, e essa foi a minha cura.
eu morria um poquinho à cada dia, e para não fenecer por completo, a forma de cura que encontrei foi entorpecer-me da pior forma: ser aquilo que mais desprezo.
e dentro de mim tudo gritava para sair, e se eu deixa-se, acabaria no fundo do poço.. eu tinha de ser forte, tinha que passar por aquilo, daquela vez não seria como nas outras, não me entregaria a dor que uma pessoa escrota e arrogante me causava.
doía? demais, como nenhuma dor antes sentida, dor da falta de posse daquilo que se quer e nunca teve é uma, superficial, mas dor da perda daquilo que se teve e não mais terá é dilacerante; por isso, aquilo poderia ter acabado comigo, se eu assim o permitisse.
mas fui salva, pela podridão da vivência do pequeno, e como uma vampira de alma, sugando a vitalidade de quem, de bom grado, cedia a personagem dominante que eu havia me tornado.
sugar o que vem de bom dos outros dessa forma egoísta causa feridas profundas, do tipo que ainda estão semi-abertas a cada nova pessoa adquirida. e as feridas que consegui estão todas cauterizadas, costuradas ou inchadas, as sinto latejar algumas vezes ainda, tudo tão recente..

parei de morrer aos poucos e fiquei marcada, quando alguém se ofereceu para amenizar tudo, e eu aceitei. aqui se faz e aqui se paga, perdi parte da minha sanidade em 1/8 do tempo que passei para conseguir os cortes. e assim, me encontrei, e consegui a tal da dor de cabeça. viver de ironia dá nisso.. ser algo que odeia, sorrir com aquilo, não achar uma saída até assumir o que sempre se soube: aquilo tudo não vale merda alguma!

seguir pelo caminho errado pela experiência em nada me acrescentou, só aprendi o que não quero ser nunca mais.
[me perdi em meu próprio devaneio, oi, está confuso].

whatever...
essa dor de cabeça vai passar, tenho mercúrio pras feridas e analgésico para a dor.

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